👉Forbes. fev de 2021
Já se passaram aproximadamente cinco décadas desde a aposentadoria de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé. Mas, mesmo fora dos gramados, o ex-atleta seguiu sendo objeto de fascínio de quem é apaixonado por futebol. O “Rei”, que abandonou os gramados deixando em seu currículo 1.281 gols, três Copas do Mundo, dois Mundiais de Clubes, duas Libertadores da América e cinco Campeonatos Brasileiros, entre outros títulos, foi tema de um novo documentário de quase duas horas da Netflix que reviveu a trajetória do rei do futebol, em sua carreira, Pelé atuou profissionalmente apenas por dois clubes: o Santos Futebol Clube, de 1956 a 1974, e o New York Cosmos, de 1975 a 1977. Em 1961, no auge de sua carreira, o salário de Pelé veio à tona nas páginas dos jornais. O valor era de Cr$ 2 milhões, que, segundo especialistas, corresponde a R$ 70 mil em valores atuais.
Mas e hoje?
A Forbes conversou com especialistas em marketing digital e finanças esportivas para calcular quanto Pelé faturaria se jogasse futebol em 2021, com contratos nos moldes atuais. Segundo as estimativas, o valor alcançaria a marca de US$ 223 milhões por ano. As contas levaram em consideração valores correspondentes para cotas de patrocínio e direito de imagem (US$ 126 milhões, já com o salário anual incluso), patrocínio individual (US$ 20 milhões), cota de fidelidade (US$ 77 milhões). O valor da multa rescisória de Pelé chegaria a US$ 302 milhões.
Para calcular os números, foi preciso fazer uma comparação entre Pelé e os quatro principais e mais valiosos jogadores de futebol do mundo: o argentino Lionel Messi, do Barcelona; o português Cristiano Ronaldo, da Juventus; o brasileiro Neymar e o francês Mbappé, ambos do Paris Saint Germain. Para Duílio Fabbri Júnior, professor e coordenador dos cursos de comunicação da Unisal (Centro Universitário Salesiano de São Paulo), é preciso considerar que Pelé jogou futebol em um contexto esportivo e econômico muito distinto do atual. Segundo ele, hoje, além do negócio das marcas ao patrocinarem os clubes, há também o próprio futebol como negócio. “No contexto atual, Pelé teria condições de ter ganhos próximos ao patamar de Messi, que, no ano passado, recebeu cerca de R$ 120 milhões só de salário. Se pensarmos em toda a representatividade que um nome como Pelé e que o futebol brasileiro têm, esses seriam outros bônus aos ganhos”, afirmou Duílio.
Quando Pelé jogava, não era comum carreira internacional, nem contrato vitalício com marcas, as cotas de patrocínio eram modestas. Os cuidados com a saúde e com a preparação também são maiores hoje, o que faria com que um jogador com a capacidade técnica de Pelé fosse ainda mais bem trabalhado e valorizado como objeto econômico. Esse é o ‘negócio futebol’, que existe independentemente do patrocínio das marcas”, comenta o professor.
Em setembro do ano passado, a Forbes divulgou uma lista com os jogadores mais bem pagos em 2020 no mundo –com métricas semelhantes aos cálculos feitos para esta reportagem. Messi encabeça a lista com US$ 126 milhões, seguido por Cristiano Ronaldo, com ganhos de US$ 117 milhões, Neymar, com valor equivalente a US$ 96 milhões e Mbappé, US$ 48 milhões. Pelé, no entanto, ultrapassaria o argentino em muito, com US$ 223 milhões, ficando em primeiro.