Handebol HCR

 

Você sabia que o Brasil é um dos principais responsáveis pelo início do Handebol de Cadeira de Rodas (HCR) no mundo? As primeiras iniciativas no País marcaram a história em dois momentos. O primeiro, em 1993, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), por meio de um projeto de extensão universitária. Não havia regras estabelecidas formalmente e a prática era destinada à participação, lazer e formação dos estudantes da Universidade. 

 
👀O segundo, em 2005, ainda no ambiente acadêmico, especificamente na Unipar de Toledo-PR, o professor Décio Roberto Calegari (in memorian) foi o principal mentor no processo de elaboração de regras para a prática do handebol na cadeira de rodas, o que culminou na criação do HCR4, modalidade tipicamente brasileira e embasada no beach handball - atualmente encontra-se como modalidade oficial da IHF -, e o extinto HCR7, que tomava como referência o handebol convencional. Até os últimos anos, a modalidade foi historicamente desenvolvida pela Associação Brasileira de Handebol em Cadeira de Rodas (ABRHACAR). 

 “O Handebol em Cadeira de Rodas trata-se de uma modalidade esportiva adaptada praticada por pessoas com deficiências físicas. A modalidade se diferencia do handebol indoor, por ser jogado na cadeira de rodas esportiva, a qual é feita sob medida, tendo em vista que cada atleta possui características distintas, diferentes corpos e tipos de lesões e deficiências. Além disso, a trave apresenta um tamanho reduzido (1,70m x 3,00m), considerando que o goleiro também se utiliza da cadeira de rodas como dispositivo de locomoção na prática da modalidade.”, explica Flávio Melo, Coordenador do Comitê de Handebol Adaptado da CBHb e membro o grupo de trabalho de HCR da IHF. O Handebol em Cadeira de Rodas (HCR) atualmente tem duas formatações oficializadas pela Federação Internacional de Handebol (IHF): o HCR4 - modalidade criada no Brasil, pelo Prof. Dr. Décio Roberto Calegari, e jogada inicialmente na América do Sul e Central, possuindo similaridades ao Handebol de Praia por apresentar-se como esporte espetáculo. E o HCR6, modalidade criada e jogada inicialmente na Europa. Atualmente, temos uma média de 400 atletas de HCR no Brasil e, cerca de 25 equipes no País, distribuídas nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. A principal competição da modalidade em nível nacional é o Campeonato Brasileiro de Handebol em Cadeira de Rodas. Já em nível continental, é o Sul-Centro Americano. Mundialmente, os Campeonatos Mundiais de Handebol em Cadeira de Rodas. Quando perguntado sobre a preparação para o Mundial deste ano, Flávio conta que o Comitê de Handebol Adaptado da CBHb tem trabalhado para viabilizar a realização da competição. “Todos os trâmites já foram superados pela CBHb e estamos aguardando a aprovação da sede por parte da IHF. Com a aprovação, o 1º Campeonato Mundial de Handebol em Cadeira de Rodas Four-a-Side deverá acontecer no Rio de Janeiro, na estrutura do legado olímpico/paralímpico. O Comitê de Handebol Adaptado da CBHb, que tem como Coordenador Geral Rudney Uezu, e do qual faço parte, ao lado de Gévelyn Almeida, Adilson Rocha e José Carlos, tem buscado estruturar meios de tornar possível a realização do mundial e de viabilizar meios em busca do título mundial.” Segundo Melo, grande parte dos desafios da modalidade tem sido superados, uma vez que foram criados grupos de trabalho em todas as instâncias (IHF, COSCABAL e CBHb), oportunizando um projeto de desenvolvimento e apontando para um futuro promissor, de fortalecimento e profissionalização desse esporte no País, no continente e no mundo, em busca do principal objetivo: torná-lo Paralímpico. “Ainda que esteja em ascensão, ainda há grandes desafios a serem enfrentados, dentre eles encontra-se a necessária e constante evolução da Classificação Esportiva do HCR, a busca constante por parceiros que possam auxiliar no financiamento para a evolução da modalidade esportiva no País. É importante também a criação de estratégias para a democratização dos equipamentos, tendo em vista que as cadeiras de rodas são itens com custos elevados e há necessidade de fomento nas formações de arbitragem, classificadores, técnicos e gestores, além de fortalecimento dos clubes para aumento do nível da competição.”, pontua o Coordenador.