Terrão : El fútbol unindo fronteiras

 

Futebol amador é tudo é mágico, o campo, as finas traves, a torneira que refresca e uma cerca que não resistiu ao tempo

Conheça a história do clube Os Colombianos, um time amador de Ribeirão Preto apenas com jogadores sul-americanos Uma história que começa em 2015, através de encontros de amigos, horários de quadras, chamando um e outro conhecido. 
*Esse foi o início da trajetória do ''Os Colombianos Futebol Clube'' 

Como o próprio nome já deixa no ar, um clube de futebol amador composto apenas por atletas estrangeiros, mas não necessariamente colombianos, pois há paraguaios, bolivianos, peruanos e, claro, alguns infiltrados brasileiros. 

 Quem nos conta a história do clube é um dos atletas e fundadores, Cristian Camilo Alarcon, de 34 anos, natural de Manizales na Colômbia. Segundo ele a comunidade colombiana aqui de Ribeirão Preto ainda não se conhecia. Depois que, houve a interação do campo de futebol um foi conhecendo o outro e, consequentemente, o time foi tomando forma. 

“Fomos vendo que tínhamos bons jogadores, pessoas comprometidas que queriam fazer algo além de apenas um horário de futebol. 

-E foi onde surgiu a ideia de montarmos um time e disputar os campeonatos locais”, comenta. Os primeiros passos aconteceram nos gramados sintéticos da cidade. Conforme o tempo foi passando e o plantel aumentando, o clube conseguiu, também, disputar os torneios com 11 jogadores. Sobre as cores e uniformes, Cristian, lembra que mudaram conforme o tempo. Nos primeiros anos ainda utilizavam uniformes genéricos, inspirados em outros clubes, como o Paris Saint-Germain. 

Mas, depois de um tempo, resolveram homenagear o país de origem, a Colômbia. O uniforme então ganhou as cores e template clássico dos anos 90. “Fizemos uma vestimenta na cor vermelha, lembrando a época do Mundial de 94, o time de Valderrama e companhia”. Veja o depoimento do Cristian sobre o time, e algumas imagens do jogo dos Colombianos: Logo no primeiro torneio que participaram, o vice-campeonato. 

Uma final eletrizante, como lembra o jogador, e que contou com a participação de outros dois brasileiros na equipe que serviram para compor elenco. “Foi na Liga Toca Bola, nas quadras próximas ao Jardim Iguatemi”, destaca Cristian. Desafio de encontrar 11 Ainda assim, ao longo da curta história dos Colombianos, um desafio que permeia desde o começo, foi o de montar o time para jogar. Muito por conta dos horários, pessoas que tem diferentes empregos e horários. Como forma de controle sobre o time, Cristian revela que são priorizados os atletas que tem compromisso com a equipe. Não somente o desempenho dentro de campo, mas o comprometimento com o horário e dia do jogo. “É igual a qualquer clube. Não só ter compromisso com o time, mas com os companheiros também, estamos deixando de fazer coisas para estar em campo. E cobramos isso um dos outros”, afirma. 

 Outra dificuldade que encontram é a falta de um patrocínio fixo que ajuda o clube. Uma vez que muitas inscrições são pagas e são divididas entre os jogadores. “Não pagamos para nenhum jogador, dependemos muito da boa vontade das pessoas, principalmente dos comércios que temos”, revela Cristian. “Jogamos futebol pelo simples motivo que qualquer outra pessoa do mundo, pela paixão”, afirma o atleta. Para ele, cada um tem sua forma de descrever e sentir o esporte. 
-Além da prática ser boa para o corpo, buscando sempre melhorar a parte física. “Além disso, tem as amizades, os desencontros também, porque nem tudo são rosas no esporte. Mas isso fica dentro do campo, pois fora dele, somos todos uma família. 

O futebol é uma festa, a comemoração da amizade”, brinca Cristian. A vida além do futebol Ele ainda nos conta que há muitas realidades e motivos diferentes para os atletas virem ao Brasil. No caso de Cristian, que saiu de seu país natural, há 14 anos, e já chegou a morar em diferentes países. 

-Está aqui há mais de sete anos. “Vamos nos estabelecendo, abrindo um comércio. Eu vim por vontade própria, mas tem muitos casos que a situação ficou complicada e tiveram que sair”, conta o comerciante. Segundo ele, pelo momento em que alguns países estavam passando (ou estão), algumas pessoas migraram para o Brasil em busca de uma melhor qualidade de vida. 

 Além disso, o graduando em ciências sociais pela Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara, no interior de São Paulo, e membro do PROFUT (Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro, Renan Augusto Carvalho, comenta sobre a importância do futebol como instrumento de socialização: “Aqui sempre fomos muito bem recebidos pelos brasileiros, com um abraço caloroso que recebemos. 

Eles gostam muito da pessoa que somos, tanto quanto gostamos de vocês”, diz Cristian. Portanto, para ele, o esporte teve papel fundamental para a inserção social dos atletas do time na cidade de Ribeirão Preto. “Essa capacidade do futebol, como esporte e irmandade, de vincular independente do idiomas e diferenças culturais, pessoas. 

E dessa forma encontrar amizades, alegrias, euforias e compartilhar com nossa cultura sul-americanas. O futebol destrói as barreiras sociais, do idioma e da cultura. Faz um mundo como deveria ser, sem fronteiras”, conclui Cristian.

                  HISTÓRIAS DO TERRÃO