Aquele era um domingo de muito sol em São Paulo, eu cheguei ao Pacaembu de manhã para preparar nossa cobertura da decisão do Campeonato Brasileiro de 1995. O jogo teve inicio por volta das 19 horas. Trabalhava naquele ano na lendária Rádio Porta Voz de Cianorte, empresa na qual trabalhei por quase duas décadas. Ao lado dos companheiros Airton Costa, Roberto Oliveira e Claudio José, acabei sendo cedido para trabalhar para uma emissora do Oeste Paranaense .
O Campeonato Brasileiro de Futebol de 1995 foi a trigésima nona temporada da Série A, e foi vencido pelo Botafogo, em duas partidas finais contra a equipe do Santos. Nesta edição, o Botafogo se sagrou bicampeão brasileiro. Considerando que o clube carioca havia vencido antes disso, em 1968, a Taça Brasil (antigo formato do Campeonato Brasileiro). O confronto final, entre Botafogo e Santos, reviveu os grandes duelos da Taça Brasil e do Torneio Rio-São Paulo dos anos 1960, quando esses clubes contavam com craques como Pelé e Garrincha, e formavam a base da Seleção Brasileira.
Por determinação da FIFA, o Campeonato Brasileiro de 1995 foi o primeiro em que todas as vitórias passaram a valer três pontos. Até a edição anterior, cada vitória valia dois pontos, eventualmente contando pontos extras pela diferença de gols (1975 a 1978) ou por disputa de pênaltis (1988). Ao final do campeonato, foram rebaixados para a Série B de 1996 os dois últimos colocados, Paysandu e União São João. Paralelamente, foram promovidos para 1995 o campeão e o vice da Série B de 1995, respectivamente Atlético Paranaense e Coritiba.
Falta pelo lado esquerdo do campo, bem próxima da linha lateral. A bola é levantada na área, há o desvio e Túlio empurra para o gol. Botafoguenses eufóricos, mas ao mesmo tempo apreensivos, tentavam fazer o relógio andar o mais rapidamente possível. Afinal, o placar significava mais do que números: era o desenho de um sonho, do primeiro título brasileiro do Botafogo. E para quem já tinha o empate a seu favor, uma bela vantagem logo aos 24 minutos do primeiro tempo.
Porém, o lance que elevou o atacante Túlio Maravilha ao posto de um dos principais jogadores que já vestiram a camisa do clube virou motivo para uma discussão eterna - e que abre a série "Apitei", que resgatará, pela visão dos árbitros, momentos polêmicos do futebol brasileiro. As câmeras mostravam o artilheiro em posição irregular, o que não impediu o árbitro Márcio Rezende de Freitas de validar o lance.
O problema é que a redenção carioca era a derrota de uma geração que fez o torcedor voltar a acreditar no Santos. E um pequeno gesto pode ter influenciado a sequência de equívocos que vem à tona toda vez que os times se encontram: a polêmica de 1995.
Ao fim da primeira etapa, em um encontro naquele Pacaembu coberto por santistas, algo aconteceu. - No intervalo do jogo, o Narciso (zagueiro do Santos) veio me falar que o gol do Botafogo tinha sido impedido. Aí eu vi que meu bandeirinha ficou branco.
Eu meio que perdi a confiança nele. Passei a assumir mais os lances. Mas acabou tendo outro gol, do Santos, o de empate, que também foi irregular, e bem próximo do bandeirinha. Mas isso eu não vi, porque não tinha como ver. Depois, fui assumir um monte pra mim e mandei o bandeirinha ir para o fundo. E a TV diz que o único gol legal foi anulado - lembrou o ex-árbitro Márcio Rezende de Freitas, que apitou a partida.
Por Magno Moreira - Minhas memórias - 2018, atualizada em 2019
O Campeonato Brasileiro de Futebol de 1995 foi a trigésima nona temporada da Série A, e foi vencido pelo Botafogo, em duas partidas finais contra a equipe do Santos. Nesta edição, o Botafogo se sagrou bicampeão brasileiro. Considerando que o clube carioca havia vencido antes disso, em 1968, a Taça Brasil (antigo formato do Campeonato Brasileiro). O confronto final, entre Botafogo e Santos, reviveu os grandes duelos da Taça Brasil e do Torneio Rio-São Paulo dos anos 1960, quando esses clubes contavam com craques como Pelé e Garrincha, e formavam a base da Seleção Brasileira.
Por determinação da FIFA, o Campeonato Brasileiro de 1995 foi o primeiro em que todas as vitórias passaram a valer três pontos. Até a edição anterior, cada vitória valia dois pontos, eventualmente contando pontos extras pela diferença de gols (1975 a 1978) ou por disputa de pênaltis (1988). Ao final do campeonato, foram rebaixados para a Série B de 1996 os dois últimos colocados, Paysandu e União São João. Paralelamente, foram promovidos para 1995 o campeão e o vice da Série B de 1995, respectivamente Atlético Paranaense e Coritiba.
Falta pelo lado esquerdo do campo, bem próxima da linha lateral. A bola é levantada na área, há o desvio e Túlio empurra para o gol. Botafoguenses eufóricos, mas ao mesmo tempo apreensivos, tentavam fazer o relógio andar o mais rapidamente possível. Afinal, o placar significava mais do que números: era o desenho de um sonho, do primeiro título brasileiro do Botafogo. E para quem já tinha o empate a seu favor, uma bela vantagem logo aos 24 minutos do primeiro tempo.
Porém, o lance que elevou o atacante Túlio Maravilha ao posto de um dos principais jogadores que já vestiram a camisa do clube virou motivo para uma discussão eterna - e que abre a série "Apitei", que resgatará, pela visão dos árbitros, momentos polêmicos do futebol brasileiro. As câmeras mostravam o artilheiro em posição irregular, o que não impediu o árbitro Márcio Rezende de Freitas de validar o lance.
O problema é que a redenção carioca era a derrota de uma geração que fez o torcedor voltar a acreditar no Santos. E um pequeno gesto pode ter influenciado a sequência de equívocos que vem à tona toda vez que os times se encontram: a polêmica de 1995.
Ao fim da primeira etapa, em um encontro naquele Pacaembu coberto por santistas, algo aconteceu. - No intervalo do jogo, o Narciso (zagueiro do Santos) veio me falar que o gol do Botafogo tinha sido impedido. Aí eu vi que meu bandeirinha ficou branco.
Eu meio que perdi a confiança nele. Passei a assumir mais os lances. Mas acabou tendo outro gol, do Santos, o de empate, que também foi irregular, e bem próximo do bandeirinha. Mas isso eu não vi, porque não tinha como ver. Depois, fui assumir um monte pra mim e mandei o bandeirinha ir para o fundo. E a TV diz que o único gol legal foi anulado - lembrou o ex-árbitro Márcio Rezende de Freitas, que apitou a partida.
Por Magno Moreira - Minhas memórias - 2018, atualizada em 2019