Artilheira do Benfica vê futebol feminino crescendo, mas longe do masculino


Sem grande destaque no Brasil, onde o futebol feminino ainda engatinha, e com sete jogos oficiais pela seleção no currículo, a atacante Darlene de Souza conquistou a torcida do Benfica com nada menos que 91 gols em 19 partidas na atual temporada. Em entrevista à Agência Efe em Lisboa, a jogadora de 29 anos revelou preferir Lionel Messi a Cristiano Ronaldo e Neymar, mas reconheceu: "os três são tremendos craques". Ao final da fase regular da segunda divisão do Campeonato Português, Darlene tem 71 gols marcados em 16 partidas pelos 'Encarnados', aos quais chegou em abril após uma passagem pelo Zaragoza, da Espanha. O clube sonha ser referência em toda a Europa. 

O Benfica obteve uma média de 16 gols por jogo, e a brasileira teve média de 4,4, o que torna uma das principais artilheiras em nível internacional. "O dever de todas é trabalhar e criar argumentos para justificar mais investimento. O futebol feminino está crescendo muito em nível mundial, mas, naturalmente, ainda não é a indústria de milhões das competições masculinas", opinou a atacante. Darlene participou da conquista da Copa América de 2014 pelo Brasil e um ano depois esteve no Mundial do Canadá, em que a seleção caiu nas oitavas de final. Em 2019, haverá outra edição do torneio da Fifa, na França. 

"A seleção brasileira está trabalhando muito para estar entre as primeiras, mas não faz sentido dizer que é favorita, já que há vários países com muita qualidade e ambição para conquistar o título mundial", elogiou a atacante, que se disse feliz no Benfica. "Estou vivendo um sonho no Benfica e em Lisboa. Temos um grande elenco, e estou trabalhando muito para alcançar os objetivos coletivos e individuais. 

Há uma mistura perfeita de jogadoras jovens e experimentadas, com uma comissão técnica que nos exige muito e que nos faz evoluir", destacou. Por fim, Darlene elogiou o Benfica por investir em equipes femininas, não só no futebol. O clube tem times de mulheres no atletismo, no futsal, hóquei, basquete, judô, vôlei e rúgbi, entre outros. "O preconceito ainda é visível. Porém, no futebol, sejamos mulheres ou homens, é sempre com o trabalho e as vitórias que conquistaremos mais respeito para nossas equipes", considerou. 

                                                    EFE