O PREÇO DO APRENDIZADO
Texto de Marco Antônio de Paula Franco
Este comentarista falava em opções definitivas de nomes, por parte do técnico Cristian de Souza, na escalação do Leão, para o jogo de ontem, 22/12 em Japurá. Cristian pensava em outras coisas – num futuro não tão imediato. O trivial pedia um time ofensivo, enfrentando (praticamente) em casa um adversário que, com todo o respeito e cautela de nossa parte, brigará mais para não cair do que por coisas maiores. Mas Cristian estava pensando nos jogos, fora de casa, contra equipes maiores, como Coritiba e Atlético. Era meio maluco organizar um esquema para uma dupla Atletiba contra um adversário infinitamente inferior, a Serpente, mas Cristian sentiu necessidade. Sabia que não daria certo no plano terreno, e não deu. Mas, espiritualmente poderia ser o caminho do céu. O tempo dirá. Especialmente porque povoando em demasia o meio campo, como povoou, tiraria o espaço do próprio Leão, para jogar. Mas o aprendizado teria esse preço, e teve.
O jogo foi feio, truncado, mas Cristian estava mais preocupado que seus jogadores tivessem contato e intimidade com o posicionamento. Quando Caio Júnior chegou ao Cianorte ele utilizava um falso 3 – 5 – 2, usando o volante Cuca como um dos 3 zagueiros. Cláudio Tencatti, seu aprendiz, quando Caio foi embora, aperfeiçoou o bom esquema para um 3 – 6 – 1 nos jogos difíceis fora de casa, estes que o Cristian está se preparando. Bagé gostava de 3 zagueiros, mas os fazia numa linha de quatro utilizando um dos laterais para fazer a cobertura por dentro e dar sobra no atacante principal adversário. Cristian fez o mesmo esquema do Tencatti: uma linha de 3 zagueiros-zagueiros (Breno pela direita; Maurício centralizado e Formiga próximo do lateral, pelo lado esquerdo; uma segunda linha de 4 com os dois volantes – Jovani e Carrilho - e os laterais – Bartora e Felipe Ramon; com os dois meias – Fernandinho e Xavier - quase misturados e um atacante solitário – Thiago Santos - na frente. Era nítido que os times jogavam jogos distintos: o Cascavel entrava em cada jogada como se num prato de comida, com fome, naquela máxima de Neném Prancha.
O Cianorte tentava aprender andar de bicicleta. No final o gol do Cascavel não fez diferença nenhuma, apesar de que o Cascavel comemorou como se tivesse vencido o Al Ain, e o Leão do Vale achando que passou no primeiro teste de balisa.