Reuters - Bélgica e França duelam em semifinal cheia de atrativos

SÃO PETERSBURGO (Reuters) - A arrojada seleção da Bélgica treinada por Roberto Martínez chega para o duelo de semifinal com a velha rival França na condição de equipe que mais marcou gols na Copa do Mundo, mas a vizinha mostrou evolução ao longo da competição e também joga cheia de confiança. A Bélgica marcou 14 gols em cinco partidas e impressionou na vitória por 2 x 1 contra o Brasil nas quartas de final, com Romelu Lukaku, Eden Hazard e Kevin de Bruyne em grande noite para ajudar a equipe a vencer a seleção pentacampeã do mundo. Em contraste, a França foi sonolenta na fase de grupos, conquistando vitórias magras sobre Austrália e Peru antes de protagonizar um empate bastante criticado em 0 x 0 com a Dinamarca.

As dificuldades no início da Copa fizeram os “Les Bleus” serem tidos como carta fora do baralho para alguns, mas essa percepção mudou quando eles enfrentaram a Argentina nas oitavas de final, em uma das melhores partidas da competição. Didier Deschamps mexeu na formação, liberando Kylian Mbappé na direita para atacar a defesa argentina, e o que se viu foi uma performance incrível de futebol ofensivo coroando a vitória por 4 x 3. A vitória deu moral para a França, que seguiu com uma vitória séria e convincente por 2 x 0 sobre o Uruguai que impressionou pela maneira como conseguiu controlar o jogo contra um adversário perigoso. A Bélgica, por sua vez, enfrentou um momento de incertezas nas oitavas de final contra o Japão, quando a decisão de Martinez de descansar os jogadores na última partida da fase de grupos contra a Inglaterra quase saiu pela culatra.

Os titulares da Bélgica que retornavam a campo tiveram um início lento contra os Samurais Azuis e, de repente, se viram perdendo por dois gols ja no segundo tempo. Tendo que agir, Martinez colocou a campo Marouane Fellaini e Nacer Chadli aos 15 minutos do segundo tempo, e ambos participaram ativamente da virada belga, com Chadli garantindo a vitória no último lance da partida. Contra o Brasil nas quartas, Martinez mostrou ousadia tática, colocando o homem-gol Lukaku em um dos flancos para permitir que De Bruyne operasse como um “falso nove”. A estratégia funcionou e De Bruyne marcou seu primeiro gol na Rússia.

O confronto de terça-feira em São Petersburgo tem todas as características de um clássico, com fãs e telespectadores prontos para serem agraciados com duas equipes maravilhosamente ofensivas duelando de igual para igual. “É um jogo super emocionante com grandes jogadores em ambos os lados”, disse o lateral francês Benjamin Pavard. “Vai ser uma partida de homens e teremos de atuar em um nível acima.” A França, campeã do mundo em 1998, é levemente favorita de acordo com a maioria das casas de apostas, mas a Bélgica tende a intensificar o seu jogo contra seu grande rival europeu, se é que a história tem algo a dizer. Nas 73 partidas entre as equipes, a Bélgica venceu 30 e a França 24, com 19 empates. Mas se a Bélgica quer chegar à sua primeira final da Copa do Mundo, terá que vencer a França em Mundiais pela primeira vez.

A França chegou sem desfalques às quartas de final e Deschamps tem toda a equipe para escalar. Já a Bélgica tem o lateral Thomas Meunier suspenso depois de receber o segundo cartão amarelo contra o Brasil; Martinez provavelmente deve escalar Yannick Carrasco em seu lugar.
                                                                                     
                                                                                                 Por Simon Jennings/Reuters