Há algumas décadas, não somente o Clube da Fé ficou sem pai, mas o próprio futebol brasileiro perdeu o seu maior mestre. Em um triste empate entre um já descendente e quase decadente Tricolor e o pequeno Rio Branco, Telê Santana da Silva trabalhou pela derradeira vez à beira do gramado.
Claro que eu, Magno Moreira um pretenso repórter de 23 anos de idade a serviço da lendária Rádio Porta Voz de Cianorte não imaginava e nem sabia que era a última.
Chovia muito em Americana e o narrador Airton Costa dava início a jornada esportiva da emissora de Cianorte PR, somente 4.431 testemunhas estiveram no estádio Décio Vita, em Americana, em duelo da primeira rodada do Campeonato Paulista de 1996.
O time da casa abriu o placar aos 31 minutos do segundo tempo, com Marcos Assunção, em pênalti duvidoso marcado por Dacildo Mourão. Aos 37, o lateral-esquerdo Guilherme, recém-contratado do Paraná Clube, deixou tudo igual, em gol olímpico. Não há imagens do jogo no YouTube.
Na Folha daquele dia 27 de janeiro, o repórter Arnaldo Ribeiro destacava a nova cara que o treinador tentava dar ao time. “Telê muda o estilo e quer time operário” dizia a manchete da página 4 do caderno de Esporte. “O futebol não pode ser apenas bonito, tem que ser também eficiente. No ano passado, não jogamos futebol, nem de uma forma e nem de outra”, dizia o Mestre, que amargara um 1995 em branco, sem taça, após 10 conquistas em 5 anos de clube: os bicampeonatos da América e do Mundo (1992/1993), Brasileirão (1991) e dois Paulistas (1991/1992), além de Supercopa (1993), Recopa (1993 e 1994). Na edição do dia 28, na página 5, o jornal dos Frias destacava coluna assinada por Telê: “Se respeitarem o regulamento, Paulista-96 será um sucesso” dizia o título.
Ao lado, o relato do empate em 1 a 1, lembrando da interrupção da partida por causa da chuva na cidade do interior paulista. Três dias depois, Telê foi realizar exames de rotina. Acabou internado. Mais algum tempo e foram identificados episódios de AVC (Acidente Vascular Cerebral) que o técnico sofrera, um ainda no final de 1995. Uma triste e mal explicada história, que rendeu até processo na justiça .
Telê se afastou do futebol para sempre. Meses depois, assinou com o Palmeiras para desempenhar a função de superintendente e, eventualmente, até de técnico. Nunca aconteceu. Na chuvosa Americana, em um vazio Décio Vita, com um sorumbático empate, Telê Santana da Silva viveu e escreveu seu último capítulo como o maior treinador da História do São Paulo. O maior treinador do futebol brasileiro. Uma década depois, ele partiria.
Magno Moreira, memórias,16/06/2018
Na Folha daquele dia 27 de janeiro, o repórter Arnaldo Ribeiro destacava a nova cara que o treinador tentava dar ao time. “Telê muda o estilo e quer time operário” dizia a manchete da página 4 do caderno de Esporte. “O futebol não pode ser apenas bonito, tem que ser também eficiente. No ano passado, não jogamos futebol, nem de uma forma e nem de outra”, dizia o Mestre, que amargara um 1995 em branco, sem taça, após 10 conquistas em 5 anos de clube: os bicampeonatos da América e do Mundo (1992/1993), Brasileirão (1991) e dois Paulistas (1991/1992), além de Supercopa (1993), Recopa (1993 e 1994). Na edição do dia 28, na página 5, o jornal dos Frias destacava coluna assinada por Telê: “Se respeitarem o regulamento, Paulista-96 será um sucesso” dizia o título.
Ao lado, o relato do empate em 1 a 1, lembrando da interrupção da partida por causa da chuva na cidade do interior paulista. Três dias depois, Telê foi realizar exames de rotina. Acabou internado. Mais algum tempo e foram identificados episódios de AVC (Acidente Vascular Cerebral) que o técnico sofrera, um ainda no final de 1995. Uma triste e mal explicada história, que rendeu até processo na justiça .
Telê se afastou do futebol para sempre. Meses depois, assinou com o Palmeiras para desempenhar a função de superintendente e, eventualmente, até de técnico. Nunca aconteceu. Na chuvosa Americana, em um vazio Décio Vita, com um sorumbático empate, Telê Santana da Silva viveu e escreveu seu último capítulo como o maior treinador da História do São Paulo. O maior treinador do futebol brasileiro. Uma década depois, ele partiria.
Magno Moreira, memórias,16/06/2018