Afinal, o talento de Sebastian Vettel não é a única razão da supremacia da Red Bull nas últimas quatro temporadas.
Vamos pensar no engenhoso RB9. O carro responsável pelo tetracampeonato do alemão foi idealizado por Adrian Newey, o “mago” das pranchetas, e consumiu cinco meses de trabalho árduo. Mais de 300 profissionais, entre designers, especialistas em aerodinâmica e construtores, se envolveram no projeto.
Tudo pensando em um único objetivo: erguer o título mundial pela quarta vez em quatro anos. Mas nem todos tem a mesma felicidade (ou competência) da Red Bull. Equipes como Ferrari e Mercedes já convocaram projetistas para trabalhar no carro do ano que vem.
No caso específico desta temporada, praticamente todas as equipes seguiram este caminho, principalmente pelas mudanças drásticas previstas para a temporada 2014 – que vão interferir bastante no desempenho dos carros. No entanto, não são raros os casos em que uma equipe “joga a toalha” e abdica do campeonato para pensar no futuro. Fazer um bom trabalho é fundamental para conquistar bons resultados sem depender de mudanças improvisadas no meio do campeonato. Afinal de contas, sem um bom carro o piloto não vai a lugar algum.
Ou até vai: para o fim do grid.
É um carro ou um avião?
Nem perca tempo procurando semelhanças com um automóvel comum. Desde os primeiros esboços até os testes realizados em túneis de vento, tudo em um F-1 é feito pensando em segurança e velocidade– não necessariamente nesta ordem. Vamos começar falando do que nossos olhos veem: a carroceria.
Sabe todos aqueles apêndices aerodinâmicos – os penduricalhos estranhos presentes em todos os lados do carro? Eles não estão lá apenas de enfeite. Cada parte foi projetada para “cortar” o vento da melhor maneira possível, ainda que isso sacrifique o visual.
Os antigos monopostos dos anos 80, tão belos quanto barulhentos, viraram peças de museu, simbolizando uma época em que aerodinâmica era uma palavra mais associada a aviões do que carros. Hoje, os projetistas quebram a cabeça para criar soluções que façam a equipe ganhar milésimos de segundo dentro da pista. Assim nasceu o estranho bico “com degrau” presente em todos os bólidos desta temporada.
Dois outros exemplos surgiram nos testes de pré-temporada de 2008: as duas pequenas protuberâncias no bico da BMW Sauber (que renderam ao carro o maldoso apelido de “carro-veado”) e a igualmente bizarra cobertura do motor concebida pela Red Bull, que direcionava o vento de forma mais eficiente para a traseira. A solução acabou sendo copiada por outras equipes, mas, de tão estranha, logo foi apelidada de “barbatana” ou “bigorna”. Se você olhar as imagens abaixo, entenderá por que. Mas quando falamos em projetos exóticos, não há como não se lembrar da Tyrrell P34. A criação do engenheiro Derek Gardner tinha seis rodas, sendo quatro delas na parte da frente e as outras duas atrás.
Como as rodas dianteiras eram menores, elas reduziriam a área frontal do carro, melhorando a aerodinâmica. A existência deste inusitado concorrente obrigou a Goodyear, fornecedora de pneus da F-1 na época, a fabricar conjuntos de 10 polegadas exclusivamente para o P34. Nas pistas, porém, a invenção não fez tanto sucesso: em duas temporadas, a Tyrrell obteve apenas uma pole-position e uma vitória, ambas com o sul-africano Jody Scheckter.
O largo bico e o fato de as rodas traseiras serem maiores e mais largas do que as da frente não trouxeram vantagens aerodinâmicas significativas. Por conta da falta de resultados, a equipe abandonou o projeto em 1978, apenas dois anos após sua estreia.
Beleza interior
Se você acompanha o esporte há pelo menos alguns anos, certamente se lembrará do acidente de Robert Kubica no GP do Canadá de 2007. Quando estava na 27ª volta, o polonês se tocou com Jarno Trulli, saiu da pista e colidiu violentamente contra o muro. O choque fez o carro atravessar a pista em alta velocidade enquanto capotava diversas vezes até parar no guard-rail oposto.
O forte acidente remeteu à fatalidade de Ayrton Senna, principalmente porque Kubica ficou desacordado dentro de sua BMW Sauber, levando muitos espectadores a crer que ele havia falecido.
Vamos pensar no engenhoso RB9. O carro responsável pelo tetracampeonato do alemão foi idealizado por Adrian Newey, o “mago” das pranchetas, e consumiu cinco meses de trabalho árduo. Mais de 300 profissionais, entre designers, especialistas em aerodinâmica e construtores, se envolveram no projeto.
Tudo pensando em um único objetivo: erguer o título mundial pela quarta vez em quatro anos. Mas nem todos tem a mesma felicidade (ou competência) da Red Bull. Equipes como Ferrari e Mercedes já convocaram projetistas para trabalhar no carro do ano que vem.
No caso específico desta temporada, praticamente todas as equipes seguiram este caminho, principalmente pelas mudanças drásticas previstas para a temporada 2014 – que vão interferir bastante no desempenho dos carros. No entanto, não são raros os casos em que uma equipe “joga a toalha” e abdica do campeonato para pensar no futuro. Fazer um bom trabalho é fundamental para conquistar bons resultados sem depender de mudanças improvisadas no meio do campeonato. Afinal de contas, sem um bom carro o piloto não vai a lugar algum.
Ou até vai: para o fim do grid.
É um carro ou um avião?
Nem perca tempo procurando semelhanças com um automóvel comum. Desde os primeiros esboços até os testes realizados em túneis de vento, tudo em um F-1 é feito pensando em segurança e velocidade– não necessariamente nesta ordem. Vamos começar falando do que nossos olhos veem: a carroceria.
Sabe todos aqueles apêndices aerodinâmicos – os penduricalhos estranhos presentes em todos os lados do carro? Eles não estão lá apenas de enfeite. Cada parte foi projetada para “cortar” o vento da melhor maneira possível, ainda que isso sacrifique o visual.
Os antigos monopostos dos anos 80, tão belos quanto barulhentos, viraram peças de museu, simbolizando uma época em que aerodinâmica era uma palavra mais associada a aviões do que carros. Hoje, os projetistas quebram a cabeça para criar soluções que façam a equipe ganhar milésimos de segundo dentro da pista. Assim nasceu o estranho bico “com degrau” presente em todos os bólidos desta temporada.
Dois outros exemplos surgiram nos testes de pré-temporada de 2008: as duas pequenas protuberâncias no bico da BMW Sauber (que renderam ao carro o maldoso apelido de “carro-veado”) e a igualmente bizarra cobertura do motor concebida pela Red Bull, que direcionava o vento de forma mais eficiente para a traseira. A solução acabou sendo copiada por outras equipes, mas, de tão estranha, logo foi apelidada de “barbatana” ou “bigorna”. Se você olhar as imagens abaixo, entenderá por que. Mas quando falamos em projetos exóticos, não há como não se lembrar da Tyrrell P34. A criação do engenheiro Derek Gardner tinha seis rodas, sendo quatro delas na parte da frente e as outras duas atrás.
Como as rodas dianteiras eram menores, elas reduziriam a área frontal do carro, melhorando a aerodinâmica. A existência deste inusitado concorrente obrigou a Goodyear, fornecedora de pneus da F-1 na época, a fabricar conjuntos de 10 polegadas exclusivamente para o P34. Nas pistas, porém, a invenção não fez tanto sucesso: em duas temporadas, a Tyrrell obteve apenas uma pole-position e uma vitória, ambas com o sul-africano Jody Scheckter.
O largo bico e o fato de as rodas traseiras serem maiores e mais largas do que as da frente não trouxeram vantagens aerodinâmicas significativas. Por conta da falta de resultados, a equipe abandonou o projeto em 1978, apenas dois anos após sua estreia.
Beleza interior
Se você acompanha o esporte há pelo menos alguns anos, certamente se lembrará do acidente de Robert Kubica no GP do Canadá de 2007. Quando estava na 27ª volta, o polonês se tocou com Jarno Trulli, saiu da pista e colidiu violentamente contra o muro. O choque fez o carro atravessar a pista em alta velocidade enquanto capotava diversas vezes até parar no guard-rail oposto.
O forte acidente remeteu à fatalidade de Ayrton Senna, principalmente porque Kubica ficou desacordado dentro de sua BMW Sauber, levando muitos espectadores a crer que ele havia falecido.