VIDEO : Santos bimundial

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O bicampeonato mundial do Santos já completou mais de 50 ano e ainda é motivo de festa para os torcedores do Peixe a admiração para os que gostam de futebol. A Fifa, por meio de seu site oficial, relembrou o título alvinegro e narrou a saga da equipe na virada histórica sobre o Milan. Depois de perder o primeiro jogo da decisão por 4 a 2, o Santos ganhou as duas últimas partidas, mesmo sem contar com Pelé.

O revés no litoral paulista não era um exemplo isolado de como Pelé era indipensável para o time treinado por Luís Alonso Pérez, o Lula. Além da Libertadores, o craque levou o Peixe ao bicampeonato nacional e à glória na Copa Intercontinental daquele ano, com três gols que arrasaram o Benfica em Lisboa. Em outubro de 1963, ele anotou dois quando o Alvinegro foi defender o título da Copa Intercontinental no norte da Itália. 

Infelizmente para a torcida santista, o Milan treinado pelo ídolo argentino Luis Carniglia e integrado por nomes como Cesare Maldini, Giovanni Trapattoni, Gianni Rivera e os brasileiros Amarildo e Mazzola acabaria se impondo por 4 a 2. O resultado deixou o Santos precisando de uma vitória por qualquer placar na partida de volta para forçar um terceiro jogo, do contrário o troféu seguiria para Milão. Contudo, as perspectivas do clube paulista ficaram prejudicadas pela perda de dois jogadores da Seleção Brasileira, Zito e Calvet, e pareciam ter sofrido um golpe definitivo com o desfalque também de Pelé por contusão. "Ouvir que o melhor jogador do mundo estava fora foi uma enorme injeção de moral", lembrou Mazzola, companheiro de Pelé na triunfante campanha do Brasil na Copa do Mundo da FIFA Suécia 1958. 


"O Santos tinha muitos jogadores fora de série, mas ele é quem fazia o time jogar." O alvinegro Mauro também recordou o clima de pessimismo que cercava o confronto. "A imprensa disse que não ganharíamos duas grandes finais sem Pelé e, como ele havia jogado tão bem em Milão e ainda assim perdemos por 4 a 2, muita gente descartava as nossas chances de uma recuperação", comentou o zagueiro. E essas chances passaram de improváveis a impossíveis para o mais perseverante torcedor em apenas 17 minutos de bola rolando no Estádio do Maracanã. Mazzola e Bruno Mora abriram 2 a 0 para o Milan, e o marcador permaneceu inalterado até o intervalo. Os comandados de Lula tinham mais 45 minutos para fazer três gols sem sofrer nenhum, mas só precisaram de 23 para garantir quatro, com dois canhões do inconfundível Pepe e tentos de Almir Pernambuquinho e Lima selando a emocionante virada para 4 a 2. 

 "Fiquei sabendo que seria cortado, mas pouco antes do jogo, Lula me puxou de lado e disse que eu estava de volta ao time e que esperava de mim uma grande atuação", explicou Pepe. "Eu estava bastante determinado a retribuir. Havia quase 150 mil pessoas no Maracanã e uma atmosfera incrível. Mesmo quando estávamos perdendo de 2 a 0 no intervalo, nunca deixamos de acreditar que podíamos vencer. A chuva começou a cair cada vez mais forte e cada vez mais fortes ficávamos na partida. Foi o dia mais feliz da minha vida. 

O meu pai estava assistindo em casa pela TV, era aniversário dele, e pude lhe dar o melhor presente de todos." Santos e Milan voltaram a se encontrar na mítica arena carioca dois dias depois, há exatos 50 anos neste sábado, para desempatarem o duelo. Embora os primeiros 180 minutos tenham sido marcados por jogadas de habilidade e gols sublimes, os últimos 90 se caracterizaram pelos esforços das defesas e duras divididas no meio-campo. Contudo, eles seriam coroados por um gol solitário. 

 Almir Pernambuquinho, que só jogava por conta da ausência de Pepe, driblou Maldini para ganhar um pênalti aos 31 minutos do primeiro tempo. Como Pelé, o batedor oficial, também não estava em campo, o experiente lateral esquerdo Dalmo se apresentou para a cobrança e chutou com segurança no canto inferior. O Santos venceu o Milan por 1 a 0 e foi bicampeão, provando que se enganavam os que diziam que o time da Vila não ergueria a taça sem o Rei do Futebol.