A carioca é uma das promissoras atletas dos esportes aquáticos do país e, com 19 anos, conquistou uma medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no ano passado, a primeira do país em provas sincronizadas. A partir da competição, Ingrid ganhou muita projeção, sobretudo depois de chuvas de comentários desrespeitosos em suas fotos de maiô nas redes sociais e rótulos que recebeu. Na sequência, depois de muita repercussão, tentou no Pan um duplo mortal e meio de costas, mas caiu de costas na água.
A saltadora se diz chateada porque até hoje ouve das pessoas mais das conotações negativas do que as relacionadas ao pódio na competição continental. Conta que logo nos primeiros dias de Vila Olímpica se se deparou com uma situação desagradável. E aproveita pra pedir torcida pelo esporte. “Sinto (que o esporte tem mais atenção hoje), mas não gosto quando as pessoas me colocam como musa. Quero ser reconhecida como atleta, não como musa ou a menina que tirou zero. Ninguém nem fala da minha medalha.
Ontem na Vila e eu estava com o Ian (Matos, saltador) tirando fotos no círculo olímpico e de repente chegou um cara e falou pra outro cara ´é aquela menina que tirou zero no Pan´”, desabafou. “Gente, eu ganhei medalha, viu? Só pra informar, viu, também ganhei medalha. E o povo não reconhece essas coisas, e sim outras coisas. E eu fico meio triste, meio revoltada”, prosseguiu, enfatizando o que colheu de bom esportivamente. “Acho que o salto ganhou bastante conhecimento, pelo Pan, pela medalha, pela Juliana (Veloso) que as pessoas sempre falam. Isso tudo ajudou, no lado esportivo.”
Atleta do Fluminense, Ingrid estará nos Jogos do Rio na prova de plataforma sincronizada ao lado de Giovana Pedroso, do Botafogo. Quanto aos objetivos na competição, a ideia é pensar com calma um de cada vez. Primeiro, nos treinos, se aprimorar e imaginar as coisas dando certo. Depois, acertar o que precisa executar para sonhar mais alto. “Quero acertar o salto que fiz no Pan, quero a final da individual e ficar de quinto pra cima no sincronizado, brigar por medalha.” Enquanto isso, ela aproveita os primeiros dias no Rio pra se adaptar ao clima olímpico e imagina situações positivas, controlando a ansiedade.
“Aqui na piscina está tudo igual, ainda tem mais gente a chegar e não tem público. Tento tentado me adaptar imaginando isso cheio, sem ficar nervosa, com muitas pessoas aqui e fazendo muito barulho pra ajudarem. Lá na Vila é diferente, os apartamentos são diferentes, as pessoas são diferentes. Eu estou lá e de repente cruzo com uma campeã olímpica, isso é tudo diferente.”