A Escócia abriu sua seleção aos negros bem antes – Foram os escoceses que quebraram a barreira para os negros no futebol internacional.
Ausente das últimas quatro Copas do Mundo, a Escócia ocupa um lugar de pouco destaque no futebol internacional atualmente. A seleção não tem um craque sequer e os grandes clubes locais estão cada vez mais escondidos – o Rangers lutando para voltar à elite, enquanto o Celtic amargou a “dupla eliminação” na Liga dos Campeões. Uma situação que não tem muitas perspectivas de melhora para a região de 5,3 milhões de habitantes.
O que não deixa de ser um contrassenso. Afinal, se o futebol evoluiu tanto nos últimos 150 anos, deve muito aos escoceses que, revertendo as dificuldades, se tornaram os verdadeiros professores do esporte na virada do século 19 para o 20. A inferioridade física em relação aos ingleses fez os escoceses desenvolverem um estilo de jogo de toque de bola e dribles.
No entanto, chutar uma bola (ou algo parecido, que seja) é esporte bem mais antigo. Os ancestrais ludopédicos vêm de séculos antes e diversas partes do mundo. China Imperial, América Pré-Colombiana, Grécia e Roma estão entre as origens de jogos com fundamentos similares ao do futebol. Mesmo na Inglaterra, a história do esporte pode ser contada de muito antes.
E, não tão longe daqueles feudos, a Escócia também tinha o seu próprio jeito de jogar. Há 700 anos, o Rei Eduardo II proibiu e criminalizou a prática do jogo de “bolas enormes, das quais muitos males podem surgir e dos quais Deus nos livre”. Era um dos ancestrais do futebol.
E a decisão do rei inglês, derrotado na Primeira Guerra de Independência da Escócia (quem viu o clássico ‘Coração Valente’ conhece a história), foi repetida pelos vizinhos do norte 120 anos depois. Em 1424, durante o reinado de Jaime I, o Parlamento da Escócia aprovou o Football Act. A lei proibia os locais de praticarem os jogos locais, sob risco de multa. O veto foi endossado outras três vezes no século 15, para que os escoceses não deixassem de lado os treinos com arco e enfraquecessem o poderio militar do país.