Se você for até a Espanha e perguntar para qualquer cidadão de Barcelona, Madrid ou qualquer outra cidade sobre qual foi o melhor goleiro de todos os tempos no futebol, a resposta não será Lev Yashin, como muitos dizem por aí. A resposta será, vinda de um suspiro nostálgico: Ricardo Zamora Martínez, ou simplesmente Zamora, o maior mito do gol nas décadas de 20 e 30 na Europa e no mundo.
E isso não é nenhum nacionalismo ou bairrismo por parte dos espanhóis. Afinal, os feitos de Zamora ultrapassaram a barreira do tempo e ficaram marcados para sempre como magníficos, exemplares, divinos. Mesmo baixo para um goleiro (media pouco mais de 1,77m), o arqueiro espanhol compensava a falta de envergadura com reflexos apurados, agilidade incrível e um senso de colocação perfeito, tido como o melhor que um goleiro já possuiu.
A consagração internacional de Zamora aconteceu na Copa do Mundo de 1934, diante dos fascistas italianos, que viram o espanhol de camisa preta de gola olímpica e boina na cabeça operar milagres tidos como impossíveis para um ser humano.
Zamora pegou tudo e mais um pouco, se estourou por conta da brutalidade dos italianos e ainda sim assegurou um heroico empate para a Fúria, forçando uma partida extra. Infelizmente, nela, Zamora não conseguiu jogar e sua Espanha perdeu a chance de ir para a final. Mas o mito estava construído. E Zamora já era uma lenda do esporte. É hora de relembrar.