Procuradoria-Geral da Suíça abre processo criminal contra Blatter

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A Procuradoria-Geral da Suíça abriu na sexta-feira um processo criminal contra o presidente da Fifa, Joseph Blatter, por suspeitas de gestão desleal e apropriação indébita.
Blatter é acusado de ter assinado um contrato contrário aos interesses da entidade máxima do futebol com a União Caribenha de Futebol, presidida na época por Jack Warner, ex-vice-presidente da Fifa e colaborador próximo do dirigente suíço.
Em comunicado, a Procuradoria-Geral afirmou que considera que Blatter prejudicou a entidade ao assinar o contrato, especialmente a Fifa Marketing & TV, ato que, segundo a Justiça suíça, representaria "uma violação de seus deveres de gestão".
Trinidad e Tobago autorizou nesta semana a extradição aos Estados Unidos de Warner, acusado pelo Departamento de Justiça americano de corrupção, crime organizado e lavagem de dinheiro.
Por outro lado, a Procuradoria indica que Blatter efetuou um "pagamento desleal" de 2 milhões de francos (cerca de 2 milhões de euros no câmbio atual) ao presidente da Uefa, Michel Platini, "em prejuízo da Fifa".
O dinheiro estava destinado a obras efetuadas entre 1999 e 2002, no entanto, o pagamento foi realizado em 2011, explica a nota.
O processo contra a Blatter foi aberto ontem. Hoje, o dirigente suíço foi interrogado como acusado. Além disso, Platini, candidato e favorito a vencer a próxima eleição para a presidência da Fifa, foi ouvido como testemunha do caso.
O Ministério Público da Suíça, com apoio da Polícia Federal, cumpriu mandato de busca e apreensão na sede da Fifa. O escritório de Blatter foi revistado pelos agentes, que levaram vários equipamentos não detalhados pela Procuradoria-Geral na nota.
"Como todo acusado, Blatter é inocente até que se prove o contrário", conclui o comunicado.
O anúncio da abertura do processo criminal e do interrogatório ocorreu depois de a Fifa cancelar uma entrevista coletiva de Blatter prevista para ser realizada após o fim da reunião do Conselho Executivo, surpreendendo até mesmo membros da entidade.
A notícia é o último dos escândalos que abalam a Fifa desde maio, quando na véspera do Congresso que reelegeu Blatter como presidente foram detidos sete ex-dirigentes da entidade, entre eles o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, acusados de corrupção em uma investigação conduzida pela Justiça dos EUA e da Suíça.
Ontem, a Fifa anunciou que dará acesso aos e-mails de Jérôme Valcke, demitido do cargo de secretário-geral da entidade na última semana, após as denúncias de envolvimento em um esquema de venda de ingressos para a Copa do Mundo de 2014, no Brasil.
Dos sete presos em maio em Zurique, um foi extraditado voluntariamente. A Suíça decidiu pelo envio aos EUA de outros dois deles. Os últimos quatro, incluindo Marin, seguem esperando a decisão das autoridades.
Paralelamente ao caso conduzido pelo Departamento de Justiça dos EUA, a Suíça investiga os processos de escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018, na Rússia, e 2022, no Catar. No entanto, o Procurador-Geral da Suíça, Michael Lauber, alertou em várias ocasiões que a investigação já vai além dos Mundiais.
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