“Eles vão ganhar dinheiro com o show, portanto tem de pagar aluguel”. Como a intenção rubro-negra é fazer do evento de setembro apenas o primeiro da nova Arena da Baixada, há a possibilidade de esse tipo de acerto entre os clubes tornar-se cada vez mais frequente. A rodada em que o Atlético encara o Grêmio – o Coritiba estará no Rio de Janeiro para medir forças com o Flamengo – é justamente a que antecede o clássico Atletiba do segundo turno. No decorrer da semana, ambos devem realizar uma série de ações para promover o duelo, como já ocorreu antes do embate pelo Paranaense e pelo primeiro turno do Brasileiro, na Arena. Essas ações conjuntas são as principais marcas do momento de paz vivido pelos dois rivais nos bastidores.
Após a eleição de Rogério Bacellar para a presidência do Coritiba, no fim do ano passado, as duas diretorias uniram forças para, em conjunto, promover suas marcas, atrair novos sócios e negociar benefícios financeiros, sejam de patrocínio, cotas de televisão ou marketing. Também apoiaram Ricardo Gomyde na eleição da Federação Paranaense. A medida mais recente foi chamada de Atletiba, uma experiência inesquecível, que envolve uma série de ações de relacionamento, tanto corporativo, quanto pessoal, com torcedores.
Esse armistício entre os clubes deve pesar na decisão do Coritiba. No passado, o Atlético já fez pelo menos duas tentativas de alugar o estádio do rival. A mais conhecida ocorreu em 2005, quando o Furacão, finalista da Libertadores, esperava usar o Couto Pereira para o jogo com o São Paulo, já que o Joaquim Américo não tinha capacidade mínima para 40 mil pessoas.
O Coxa se recusou, alegando que também não comportava a quantidade de público exigida pelo regulamento. Em 2012, na Série B, o Atlético não podia jogar na Arena, fechada para as reformas da Copa do Mundo de 2014. O Furacão apelou à Federação Paranaense de Futebol (FPF), que exigiu o empréstimo do Alto da Glória ao Rubro-Negro, fixando pagamento de aluguel. O Coritiba recorreu ao Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-PR) e conseguiu anular a decisão.