Contra time dos milagres, Real Madrid busca troféu que falta na coleção

O Real Madrid tenta ganhar o Mundial no atual formato pela primeira vez
Uma estranha no ninho pode garantir, neste sábado, um raro espaço na vasta sala de troféus do estádio Santiago Bernabéu: a cobiçada taça do Mundial de Clubes da Fifa, que o Real Madrid tentará conquistar pela primeira vez na decisão contra o San Lorenzo, às 17h30 (de Brasília), no Grand Stade de Marrakesh, no Marrocos. 

Desde que a Fifa decidiu organizar uma disputa entre clubes de todas as suas confederações continentais, em 2000, o Real só teve a chance de brigar por este troféu uma vez, justamente na edição inaugural, disputada no Brasil. Ficou em quarto lugar.
Em duelos apenas com representantes da Conmebol, pela Copa Intercontinental, foi campeão em 1960, 1998, 2002. Assim, se superar os argentinos, o clube madrilenho chegará a quatro taças e se igualará ao Milan como o maior vencedor.
A tarefa de sábado, a princípio não muito complicada devido à diferença técnica e financeira para o adversário, merece ressalvas. Mesmo sem um Cristiano Ronaldo, um Gareth Bale ou um Toni Kroos à disposição, o San Lorenzo se credenciou para a final contando com o imponderável.
Mistérios da fé (milagres de seu mais famoso torcedor, o papa Francisco?) ou da obstinação de seus jogadores levaram o time argentino, que no fim de 2012 estava na zona de rebaixamento do Campeonato Argentino, a uma arrancada que culminou com o título nacional menos de um ano depois. Daí, veio a conquista da América, com uma campanha na Libertadores na qual sofreu para passar de fases. Mas venceu.
Nas semifinais do Mundial, o clube de Almagro voltou a penar. Passou pelo semi-profissional Auckland City, da Nova Zelãndia, apenas na prorrogação, enquanto o Real, com tranquilidade, goleou o Cruz Azul, do México.
Apesar desse cenário, não falta confiança aos jogadores e comissão técnica do San Lorenzo, a julgar pelas declarações pós-estreia. Embora tenha pregado respeito aos adversários galáticos, o veterano Yepes, de 38 anos, e com passagens por Paris Saint-Germain e Milan no currículo, não tem medo do bicho-papão: "o Real não nos assusta."
Autor do GOL da vitória sobre o Auckland, o atacante Mauro Matos reproduziu o tom do discurso. "Dentro de campo, somos 11 contra 11. Sabemos do nosso potencial e vamos confiar em nós mesmos. Eles estão usando essa camisa (do Real), mas nós estamos vestindo a do San Lorenzo. Tudo pode acontecer", afirmou.
O treinador Edgardo Bauza já avisou que não vai posicionar o time na retranca e mandará a campo os mesmos titulares - Ortigoza só é dúvida porque não está em suas melhores condições físicas. Caso não atue, Quignon será o substituto.
No Real, o técnico Carlo Ancelotti tem duas dúvidas. Uma delas é sobre se arrisca a escalação do meia James Rodríguez, que se recupera de uma lesão na panturrilha, ou aposta em Ilarramendi - Khedira corre por fora.
A outra se refere a Sergio Ramos, que ainda sente dores na coxa esquerda, mas não esconde o desejo de estar em campo, custe o que custar, como disse na entrevista coletiva desta sexta-feira. Homem de fé, o zagueiro também conta com o imponderável. Afinal, como também afirmou diante dos jornalistas, se o San Lorenzo tem a seu favor a torcida do papa Francisco, "o Real Madrid é a equipe de Deus e do mundo".
EFE/KHALED ELFIQI
San Lorenzo sofreu para eliminar o Auckland City na prorrogação
San Lorenzo sofreu para eliminar o Auckland City na prorrogação
Decisão do terceiro lugar
Derrotados nas semifinais, Cruz Azul e Auckland City duelam pelo terceiro lugar na preliminar da grande final, a partir das 14h30 (de Brasília). Os mexicanos jogam pela honra de se mostrarem como a terceira força da competição. Já para o representante da Nova Zelândia, a ordem é aproveitar a competição e tentar ir ainda mais longe em sua melhor participação na história do Mundial, pois a equipe ficou na quinta posição do torneio em 2009.

              CONTEÚDO ESPN