FIFA adverte governo da África do Sul sobre interferência


A FIFA comunicou o governo da África do Sul advertindo-o a respeito de um inquérito judicial dos recentes escândalos de manipulação de resultados no futebol, alegando que o assunto deveria ser conduzido pela associação de futebol do país. Vários dos amistosos da África do Sul antes de o país sediar a Copa do Mundo em 2010 foram colocados sob suspeita de manipulação, o que levou à suspensão de vários dirigentes da Associação de Futebol da África do Sul (SAFA), incluindo o presidente Kirsten Nematandani.

A Confederação de Esportes Comitê Olímpico da África do Sul (SASCOC) recomendou uma comissão judicial de inquérito, mas a FIFA advertiu sobre as possíveis consequências para o governo por intervir em assuntos de futebol. O ministro dos esportes da África do Sul, Fikile Mbabula, disse à mídia local que deve viajar à sede da FIFA em Zurique na próxima semana para discutir o assunto com o corpo dirigente do futebol mundial.

 "A SASCOC nos recomendou ir adiante com a comissão judicial de inquérito no assunto", disse Mbabula. "Manipulação de resultado é fraude, corrupção e má gestão. Há uma regra da lei na África do Sul. Onde há suspeitas, elas devem ser investigados. A SAFA tem que entender que não se pode ser árbitro e jogador ao mesmo tempo.

" O vice-presidente da SAFA, Danny Jordaan, disse à Reuters que sua organização já solicitou à polícia investigar o assunto. Nematandani e quatro outros principais dirigentes foram suspensos após a entrega à SAFA, em dezembro, de um relatório de investigação de 500 páginas sobre as atividades de Wilson Raj Perumal e sua organização Football 4U. Mas, em um mês, a suspensão foi cancelada por razões processuais. A FIFA considerou que os resultados dos amistosos pré-Copa do Mundo contra Tailândia, Bulgária, Colômbia e Guatemala nas semanas que antecederam o mundial foram arranjados. Alegações de manipulação de resultados foram reveladas em coletiva de imprensa na África do Sul em julho de 2011, mas a SAFA não agiu imediatamente, apenas levantando a questão uma vez que a FIFA havia incluído o país em uma ampla investigação sobre as atividades de Perumal.

 (Por Mark Gleeson) - REUTERS