Guarani bate Ponte Preta de virada e vai à decisão





Em jogo à altura da rivalidade centenária entre as duas equipes, o Guarani bateu a Ponte Preta de virada (3 a 1), neste domingo, no Brinco de Ouro, e se garantiu na final do Campeonato Paulista para enfrentar o Santos na Vila Belmiro, domingo. Desde 1988, quando perdeu para Corinthians, o Bugre não chegava à final do Estadual. As equipes fizeram jus à rivalidade, mas apesar das disputas acirradas, não se viu nenhum ato desleal.


 O Guarani foi melhor no primeiro tempo e teve duas boas chances, a melhor delas aos 35. Após cobrança de escanteio, Danilo Sacramento jogou na área e Domingos, sozinho, testou para fora. Melhor jogador do Bugre, Fumagalli, com dor no tornozelo esquerdo, deu lugar a Medina, que mais tarde faria história com a camisa alviverde. A Ponte, que até então só tinha dado um chute a gol, fez 1 a 0 com Caio escorando cruzamento de Renato Cajá, aos 46 minutos. Na etapa final, o jogo ganhou ainda mais em emoção. Só que os papéis se inverteram.


 A Macaca começou melhor e, aos seis minutos, Roger perdeu a chance de ampliar e matar o jogo. O Bugre se empolgou, foi para cima e Fábio Bahia empatou. A partir dali, o time de Vadão apertou e Medina virou. Aos 41, ele mesmo fez o terceiro desviando de cabeça cruzamento do lateral Oziel. Com o placar, o Bugre tocou e garantiu o resultado. 


 Choro e desabafo marcaram o fim do jogo do Guarani na noite de hoje no Brinco de Ouro, em Campinas. Após o apito final, o técnico Oswaldo Alvarez, o Vadão, e o presidente do clube, Marcelo Mingoni, se abraçaram e choraram juntos. A cena foi repetida por alguns jogadores, entre eles Fumagalli, que por conta de tendinite crônica no tornozelo esquerdo teve de ser substituído.


 "Infelizmente não pude continuar ajudando, mas o dia era mesmo do Medina. Estava iluminado, foi abençoado e fez dois gols. Vencer a Ponte Preta já é um título para esse grupo, que lutou muito para chegar até aqui", disse Fumagalli. O atacante Fabinho resumiu o motivo das lágrimas do time. "A emoção é forte por tudo o que passamos aqui no ano passado (seis meses de salários atrasados). No início do campeonato, por essa situação ninguém acreditava na gente.


" O técnico Vadão também explicou o motivo de tanta emoção e desabafou. "Foi um jogo que valeu tudo. Um dia antes, alguns torcedores nos procuraram e disseram que mesmo que não passássemos já estavam felizes pelo que fizemos pelo clube. Mas no fundo sabíamos que queriam que chegássemos à final, e isso foi possível porque, apesar da crise do ano passado, o presidente cumpriu tudo o que prometeu."




                                      FONTE DIÁRIO DO GRANDE ABC