América suporta pressão, vence Cruzeiro com gol nos acréscimos e vai à final



Pode ter faltado técnica, mas sobrou disposição no clássico entre Cruzeiro e América, neste domingo, na Arena do Jacaré. Raça e seriedade foram premissas de ambos os lados. O clube celeste, apesar das falhas e de um pênalti desperdiçado, encarou a partida como decisão, mas o América foi mais eficiente acabou premiado com a vaga na final do Campeonato Mineiro, ao vencer por 2 a 1.

Victorino (contra) e Fábio Júnior marcaram para o América. Wellington Paulista descontou para o Cruzeiro. A decisão será contra o Atlético, com a primeira partida no próximo domingo, no Independência. Ao Cruzeiro agora resta a disputa da Copa do Brasil, no primeiro semestre. O time enfrenta o Atlético-PR, nesta quarta-feira, em Curitiba, pelas oitavas de final.

Clássico com todos os ingredientes

O primeiro tempo teve todos os ingredientes de um grande clássico. Gol contra, pênalti perdido e pênalti não marcado. Os planos do Cruzeiro ficaram mais complicados logo no segundo minuto de jogo. Rodriguinho fez boa jogada pela esquerda e cruzou à meia altura, na pequena área. O goleiro Fábio saiu mal e deixou a bola passar. Victorino, na tentativa de parar Alessandro, com o gol aberto, acabou marcando contra.

O gol não desanimou o Cruzeiro e deixou o clássico ainda mais movimentado. Seis minutos depois, Everton sofreu pênalti de Neneca, que recebeu cartão amarelo na jogada. Wellington Paulista bateu rasteiro, no canto direito, mas o goleiro defendeu. No rebote, o atacante mandou por cima do gol, quando o camisa 1 americano já estava batido na jogada.

O Cruzeiro tanto insistiu que o empate chegou aos 26 minutos. O zagueiro americano Gabriel falhou e a bola sobrou para Wellington Paulista, que mandou para as redes e se redimiu do pênalti perdido.

O gol incendiou a torcida cruzeirense e o time dentro de campo. O América só ameaçava em raros contragolpes, sem perigo. Aos 42 minutos, o árbitro errou ao não marcar um pênalti a favor do Cruzeiro. Com os braços abertos, o zagueiro Gabriel cortou um cruzamento de Everton com a mão, dentro da área. O lateral cruzeirense se revoltou com o árbitro e acabou recebendo o cartão amarelo pela reclamação.

Pressão versus contragolpes

O Cruzeiro voltou do intervalo com a mesma proposta do primeiro tempo: pressão incessante. Logo aos 4 minutos, Everton fez grande jogada e foi parado com falta na pequena área. Roger cobrou no ângulo, mas a bola explodiu no travessão.

Ao contrário da primeira etapa, porém, o América investiu nos contra-ataques na segunda. Aos 10 minutos, o Coelho chegou com muito perigo pela direita, em bola cruzada na área. O atacante Alessandro chutou, a bola resvalou nos pés de Fábio e Diego Renan salvou o Cruzeiro em cima da linha.

No lance seguinte, outro erro do árbitro Luis Flávio de Oliveira. O zagueiro Everton Luiz entrou de sola no tornozelo de Montillo, na entrada da área. O lance era passível de expulsão, mas o defensor, que já tinha cartão amarelo, foi poupado pelo árbitro, que limitou-se a marcar a falta.
O Cruzeiro foi então para o tudo ou nada. Mancini colocou em campo Wallyson e Elber e deixou o time com quatro atacantes e dois armadores. O América quase ampliou aos 26. Bruno Meneghel chegou a estufar as redes, mas estava em posição de impedimento.

O jogo ficou eletrizante até o fim, com o Cruzeiro partindo para cima e o América destruindo as jogadas com faltas duras. A tática do Coelho deu certo e o clube ainda conseguiu marcar nos acréscimos o gol da vitória, com Fábio Júnior, classificando-se para a final contra o Atlético.

Cruzeiro 1 x 2 América

Cruzeiro
Fábio, Diego Renan (Elber), Leo, Victorino (Amaral) e Everton; Leandro Guerreiro, Marcelo Oliveira (Wallyson), Roger e Montillo; Anselmo Ramon e Wellington Paulista.
Técnico: Vágner Mancini

América
Neneca; Rodrigo Heffner, Gabriel, Everton e Bryan; Dudu, Leandro Ferreira, Moisés e Rodriguinho; Alessandro (Bruno Meneghel) e Fábio Júnior
Técnico: Givanildo Oliveira

Motivo: jogo de volta da semifinal do Campeonato Mineiro
Estádio: Arena do Jacaré, em Sete Lagoas
Data: 29 de abril (domingo)
Gols: Victorino (contra), aos 2min, Wellington Paulista, aos 26min do primeiro tempo; Fábio Júnior aos 48 do segundo tempo
Árbitro: Luis Flávio de Oliveira (Aspirante FIFA/SP)
Assistentes: Rodrigo Pereira Jóia e Roberto Braatz
Cartões amarelos: Wellington Paulista, Everton (Cruzeiro) e Neneca, Everton Luiz, Dudu, Leandro Ferreira, Fábio Junior (América)
Cartão vermelho: Leo (Cruzeiro)
Público pagante: 17.780
Público presente: 18.352
Renda: R$ 301.056,00