A Fifa e o governo brasileiro chegaram a um entendimento sobre as exigências da federação internacional para a realização da Copa do Mundo de 2014 no país, disse o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, após encontro esta semana com a presidente Dilma Rousseff e parlamentares em Brasília.
Valcke afirmou que a viagem ao Brasil, em que tratou sobre a aprovação da Lei Geral da Copa pelo Congresso, foi "muito produtiva" e que agora espera que os compromissos assumidos pelo Brasil sejam cumpridos em breve, encerrando mais de dois anos de negociações sobre um pacote de medidas legislativas específicas para o Mundial.
"A recente conversa que tive com a presidente Dilma Rousseff, o novo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e o vice-presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (da Câmara), Vicente Cândido, me deixou convencido de que chegamos a um entendimento comum sobre aquilo que é necessário para fazer da Copa das Confederações da Fifa 2013 e da Copa do Mundo da Fifa 2014 um sucesso absoluto", disse o dirigente em nota no site da entidade nesta sexta-feira.
"Agora, o foco dos trabalhos deve continuar sendo nossos esforços coletivos para transformar esses compromissos em realidade e garantir que possamos oferecer o melhor cenário para que as seleções e as torcidas desfrutem de duas competições inesquecíveis", acrescentou.
O governo federal e a Fifa travaram uma disputa sobre uma série de pontos em desacordo na Lei Geral da Copa, incluindo o direito de idosos e estudantes à meia-entrada e a proibição em alguns Estados brasileiros da venda de bebidas alcoólicas em estádios -- o que vai de encontro com interesses comerciais da Fifa.
Valcke não detalhou como as partes resolveram os impasses, mas disse que os "compromissos levam em consideração os objetivos do país, as leis pertinentes a ele e os requisitos de uma Copa do Mundo".
O projeto de lei, que atualmente tramita na Câmara, deve ser aprovado apenas em 2012, de acordo com previsão do Ministério do Esporte. A promessa inicial do governo brasileiro era passar o pacote de leis do Mundial ainda este ano.
Em seu comunicado, Valcke citou uma entrevista de Pelé em que o ex-jogador, que ocupa o posto de embaixador do Brasil para a Copa de 2014, defende que o país cumpra os compromissos assumidos com a Fifa quando se candidatou para realizar o Mundial.
Segundo Valcke, tudo que está sendo pedido ao Brasil também foi cobrado de Alemanha e África do Sul nas Copas passadas e serão solicitados também a Rússia e Catar nos Mundiais de 2018 e 2002.
FONTE REUTERS