Adversária do Brasil é excluída da Copa do Mundo de futebol

A jogadora Jade Boho Sayo, da Guiné Equatorial, foi excluída da Copa do Mundo feminina de futebol. O país africano está no grupo do Brasil, que estreia nesta quarta no Mundial da Alemanha, contra a Austrália.

A Fifa anunciou oficialmente nesta terça-feira, véspera da estreia da Guiné contra a Noruega, a suspensão de dois meses à atleta de 24 anos que nasceu na Espanha.







Segundo o comitê disciplinar, o motivo da exclusão é o fato de a jogadora ter atuado nas categorias de base da Espanha antes de optar pela cidadania guiné-equatoriana, como seus pais, e não ter regularizado sua situação a tempo do Mundial.






"A suspensão vale para todo tipo de partida, para campeonatos locais, internacionais, amistosos e jogos oficiais, incluindo competições organizadas pela Fifa", diz o comunicado da entidade que rege o futebol mundial.






De acordo com o diário esportivo "As", a Federação Espanhola de Futebol diz que enviou, há um mês e meio, à Fifa e à Federação de Guiné, o documento em que reconhece que Jade abriu mão de jogar pela Espanha.






MAIS POLÊMICA





A africana Guiné Equatorial, terceira adversária da seleção brasileira na primeira fase, acumula histórias curiosas e polêmicas.






Três atletas do time foram acusadas por Nigéria e Gana de serem homens. Coincidência ou não, a Fifa avisou que exigiria testes para comprovar o gênero antes do Mundial. E a Guiné cortou duas dessas jogadoras suspeitas às vésperas da Copa.






Além disso, a Guiné é chamada pela delegação brasileira de "o time da ONU". Na equipe titular, seis atletas são brasileiras. Há ainda camaronesas, nigerianas e jogadoras de Burkina Fasso. O técnico, Marcelo Frigério, também é brasileiro.






Pela internet, Frigério, 40, falou com a Folha. Econômico nas palavras, contou que foi procurado porque a federação da Guiné buscava um brasileiro --o idioma espanhol falado no país facilitaria o convívio com as atletas.






"Algumas brasileiras que estão aqui falaram de mim." As primeiras jogadoras conterrâneas chegaram em 2010.






"Ganharam US$ 15 mil (mais de R$ 20 mil) para se naturalizarem. É uma pena, são talentos do Brasil que não poderão mais servir a nossa seleção", disse Ademar Fonseca Jr., ex-técnico da seleção brasileira.






Frigério conta que toda a Guiné Equatorial, com seus pouco mais de 600 mil habitantes, está mobilizada e deve parar para assistir seu time enfrentar Marta e cia.






"O Brasil não precisa se preocupar com a Guiné. Aliás, quero que o Brasil vença a Alemanha, que está muito absoluta", disse Frigério.






Procuradas pela reportagem, as jogadoras brasileiras da Guiné informaram que não estão autorizadas a dar entrevistas --só pessoalmente, na sala de imprensa.



FONTE FOLHA DE SP