Adílson esquece guerras em MG e chega pacífico ao Corinthians


Muito tempo de convivência gera um desgaste grande em qualquer ambiente de trabalho. No Cruzeiro, com Adílson Batista, explodiu principalmente graças à péssima relação do competente treinador com a imprensa mineira. Na chegada ao Corinthians nesta terça-feira, Adílson pareceu propor um cotidiano mais pacífico com os jornalistas paulistanos.

Bastante moderado, Adílson iniciou a entrevista de sua apresentação com pontualidade. Respondeu todas as perguntas pacientemente. Perguntado se já estava acertado antes da saída de Mano Menezes para a Seleção, sorriu, disse que não e manteve a calma. Ao final da entrevista coletiva, ainda permaneceu por mais de 30 minutos atendendo repórteres de televisão, rádio e até internet, algo pouco comum.

O Adílson calmo, que repete a palavra tranquilidade a cada resposta, seria uma novidade para a imprensa mineira, a quem ele quase sempre classificou como atleticana. Ela retribuiu, cunhando nele o apelido de Professor Pardal graças às muitas substituições inusitadas. Na saída do Cruzeiro após empate contra o Santos no fim de maio, houve quem festejasse o pedido de demissão de Adílson, que ainda disparou.

"Vou fazer meu último jogo lá em Goiânia, contra o Atlético-GO, e um abraço. É isso aí. É meu último jogo. Para felicidade geral da nação, de alguns, eu faço meu último jogo lá", provocou. "Quando o adversário (Atlético-MG) joga contra o Santos é o jogo do ano. Quando somos nós, é jogo sob pressão. É assim que funciona aqui em Minas Gerais".

Mais tranquilidade para o muitas vezes estressado Adílson parece ser o clamor de todos no Corinthians. Antes mesmo de sair, Mano Menezes disse que "ele não tem a minha calma, mas vai aprender". Já o vice de futebol Mário Gobbi, na recepção, reforçou: "Que você tenha tranquilidade e discernimento".

O jeito explosivo de Adílson Batista, por enquanto, é visto com sorrisos no Parque São Jorge. Na manhã desta terça, Ronaldo postou vídeo em seu Twitter que ficou célebre em Minas Gerais. Ao vencer o Santo André com virada por 3 a 2, Adílson relembrou os tempos de zagueiro xerifão e deu voadora em uma placa de publicidade. O atacante escreveu: "seja bem vindo professor, rs".

Perguntado sobre seu comportamento, Adílson deu um sorriso e respondeu de forma bem humorada. "Eu melhorei, mas não teve jogo ainda e há o desgaste do dia a dia. Espero ter tranquilidade, discernimento, como disse o Mário". Para também durar 2 anos e meio no Parque São Jorge, será fundamental.