F1 - McLaren recebe punição e ultimato


A McLaren recebeu uma suspensão por três provas do Conselho Mundial da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) nesta quarta-feira por ter forjado depoimentos para os comissários do GP da Austrália, disputado em março. No entanto, a punição só será aplicada caso novas informações sobre o episódio forem descobertas ou se a equipe voltar a violar as regras da Fórmula 1 nos próximos 12 meses.

"Tendo em conta a forma aberta e honesta com que o chefe da McLaren, Martin Whitmarsh, encarou o caso e a mudança na cultura que ele deixou claro que acontecerá em sua organização, o Conselho decidiu suspender a aplicação da pena", disse a FIA através de um comunicado oficial.

Porém, a penalidade de três provas de exclusão na temporada ainda pode acontecer, caso a McLaren volte a cometer o mesmo equívoco ou se novos fatos surgirem. "A pena de suspensão da equipe por três corridas só será aplicada se outros fatos relativos ao caso forem descobertos, ou, se nos próximos 12 meses, acontecer outra violação da equipe".

O chefe da McLaren, Martin Whitmarsh, havia pedido desculpas pessoalmente no Conselho Mundial da FIA e disse que esperava que a equipe pudesse superar as controvérsias que vive na temporada da Fórmula 1. Whitmarsh esteve em Paris para assistir à audiência e dar explicações sobre o final da corrida de Melbourne.

"Nós cometemos erros, temos desculpas para a FIA e para o público. Sinceramente, espero que esse seja o fim do caso e que possamos continuar na temporada", disse o chefão da McLaren antes da audiência. O Conselho pediu explicações sobre como a equipe forjou depoimentos para os comissários de prova em Melbourne sobre a ultrapassagem de Jarno Trulli, da Toyota, sobre Lewis Hamilton, da McLaren, sob bandeira amarela (safety-car).


Em um primeiro momento, as declarações geraram uma punição ao piloto italiano. Dias depois, no entanto, a FIA percebeu que nenhuma irregularidade havia sido feita por Trulli na corrida. A entidade recolocou o piloto italiano em sua posição final na prova (3º) e puniu a McLaren e Lewis Hamilton com a exclusão do primeiro GP do Mundial 2009.

A McLaren admitiu que mentiu para a direção de prova na Austrália e o caso resultou na demissão do então diretor esportivo Dave Ryan - que teria forjado os depoimentos e orientado Hamilton a mentir. Por sua vez, o piloto britânico assegurou que foi orientado por Ryan nos depoimentos, que se desculpava pelo episódio e que vivia o pior momento de sua carreira.

David Coulthard também defendeu a McLaren no caso. O ex-piloto escreveu para o jornal Britain Daily Telegraph e disse que a equipe já havia pagado o suficiente com o caso. "Eles têm um trabalhador despedido e viu um outro ter o seu nome jogado na lama. Sua reputação foi manchada. Será que realmente precisamos ver mais?", questionou.