Balanços 2008 - Receitas operacionais - Parte I


Tenho quatro balanços em mãos nesse momento: Corinthians, Internacional, Palmeiras e São Paulo. Salvo algum que tenha escapado, são esses os que foram publicados até hoje. Pretendo conseguir esse ano, ainda no decorrer de maio, os balanços de Santos, Cruzeiro, Atlético Mineiro, Atlético Paranaense, Coritiba, Avaí, Grêmio, Goiás, Botafogo, Flamengo, Fluminense, Vasco, Vitória, Náutico e Sport. Em 2008 foi uma tarefa espinhosa e incompleta. Vamos ver como será nesse 2009.

Nesse primeiro momento não vou preocupar-me com as dívidas, mesmo porque pretendo fazer isto mais adiante com o auxílio de um expert, pois a maioria dos balanços exige uma “senhora” expertise para decifrá-los.

Interessam-me, sobretudo, as Receitas Operacionais do Futebol. São elas que efetivamente contam para a manutenção e - olha o palavrão aí - sustentabilidade de um clube que tem no futebol profissional sua razão maior de ser. Claro, ao interesse pelas receitas corresponde outro idêntico pelas despesas, que também veremos agora.

Dentro das receitas operacionais não tenho interesse pelas receitas que vêm das transferências de atletas. É uma receita inconstante, sujeita a humores e dissabores, que podem apresentar um Robinho, um Pato, um Breno, numa ponta, e de repente, na outra, nada além do Zezinho da Xurupita.

Então, quais são as receitas operacionais que me interessam?

São as mesmas que contabilizam os grandes clubes europeus:

- Direitos de TV

- Patrocínios e Publicidade

- Bilheteria e Estádio (na Europa, matchday, um conceito ampliado)

- Licensing

Essas são receitas previsíveis, logo, planejáveis. São receitas que podem ser trabalhadas para melhorar em termos de rentabilidade, para crescer em termos de volume financeiro.

Ao abordar o item Despesas do Futebol, não abordarei, igualmente, as despesas com contratações ou empréstimos de jogadores. É difícil, e impossível em alguns balanços, separar item por item tanto receitas como despesas. E há clubes que não apresentam uma diferença clara, nítida, entre o social e o futebol profissional. Nesse sentido, o balanço do São Paulo é exemplar, embora ainda deixe a desejar para o meu gosto. Nessa prestação de contas o clube separou de fato e nomeou suas áreas de negócios, inclusive com um gráfico mostrando o histórico de cada uma desde 2002.


A tabela a seguir mostra um resumo das receitas operacionais de cada um dos quatro clubes, primeiro em seu valor total, que inclui as transferências de atletas, e depois o valor que deve realmente contar, que são as receitas operacionais sem as transferências.

Como eu disse, são essas receitas que devem dar sustentabilidade aos clubes. Na sequência, as despesas relacionadas com a operação futebol. Aqui encontrei mais problemas que o normal, e preferi, na dúvida, jogar a favor do clube, deixando alguns valores de fora das despesas do futebol. Isto, é claro, sem contar o fato que muitas despesas ligadas ao futebol são relacionadas e contabilizadas como despesas gerais ou do clube.

fonte - http://colunas.globoesporte.com/olharcronicoesportivo

Emerson Gonçalves