Impedido de tirar RG com camisa do time, torcedor assina 'Corinthians'



O professor Danilo Heitor Vilarinho Cajazeira, de 26 anos, não imaginava que teria de passar por uma saga para tirar a segunda via de seu RG quando saiu de casa, em 9 de março, vestindo a camisa do Corinthians rumo ao Poupatempo Luz, na região central de São Paulo.

- A primeira coisa que fiz foi tentar tirar a foto, mas a atendente me impediu, dizendo que não aceitariam por eu estar usando uma camisa de time de futebol. Perguntei por que e ela disse apenas: "Não pode. Lá dentro eles vão te barrar" - lembrou Cajazeira.

O torcedor alvinegro foi então em busca de esclarecimentos – e ajuda – com um amigo que trabalha no local.

- Perguntei se ele tinha uma camisa para me emprestar, e ele tinha. Mas também era do Corinthians - divertiu-se.

Ele conta que foi, então, ao balcão de informações, onde confirmaram a negativa. O próximo passo foi procurar a supervisora, que lhe disse: "Não pode. Documento é coisa séria. Antigamente era obrigatório até usar terno e gravata".

Cajazeira voltou à cabine de fotos e pediu, então, se poderia usar a camisa do avesso.

- A atendente não deixou. Ela foi muito gente boa comigo, mas disse que não adiantaria nada virar a camisa, pois a foto não seria aceita. Lembrei então de um amigo meu que trabalha numa loja da Galeria do Rock, ali perto. Fui até lá ver se conseguia uma blusa emprestada.

O plano deu certo, e ele voltou com uma camiseta preta na mochila.

- Quando abri, tinha um escrito todo em verde. Estiquei bem a camisa, para que o escrito não saísse na foto, e foi assim mesmo. Faltavam 20 minutos para fechar o Poupatempo, não tinha mais tempo para nada - contou o corintiano, inconformado com a má sorte em ter pego a blusa que trazia justamente as cores do Palmeiras.

Mas ainda deu tempo de Cajazeira ter uma última ideia.

- Comecei a pensar que, só de raiva, eu deveria assinar "Corinthians". Fiquei na dúvida por um tempo, aí no balcão de atendimento perguntei se a assinatura tinha que ser igual à do meu RG antigo. A moça disse que não.

Sem titubear, o professor escreveu então suas iniciais e o nome do time do coração.